quinta-feira, 24 de setembro de 2020

Objectos de culto e dissertações sobre as redes sociais








Há objectos que gostamos e não sabemos porquê.
Há objectos que gostamos, que nos fazem falta por um qualquer motivo ou para qualquer função.
Há objectos que gostamos, que não nos fazem falta, e mesmo assim não descansamos enquanto não os temos...



Andava há que tempos a namorar uma destas malas da Joji. Há uns meses quase, quase que a comprei (não era exactamente esta, mas era o mesmo modelo), mas no último click a razão falou mais alto, e ganhei consciência que não precisava.

Sempre fui do time primeiro poupa e depois gasta. 

O ano passado aquando do festival Knitwhitfriends decidi que este ano queria ir novamente (f&ck covid) e que iria fazer um mealheiro para poder aproveitar ao máximo a vinda de tantos criadores diferentes que raramente temos à mão de semear.

Se a verba estava de parte (e continuo a colocar exclusivamente para os craft´s) não me senti "culpada" por gastar dinheiro numa peça de necessidade relativa, mas que ficava tão bem na minha colecção...


E fica ou não fica tão bem com o WIP do momento?

So Faded da Andrea Mowry, que estou a tricotar em Mondim, num degradé de edição limitada que trouxe exactamente do Knitwhithfriends no Porto do ano passado. Falta-lhe pouco mais que as mangas.

Há um assunto do momento que não posso deixar de pensar nele e sobre ele -  As redes sociais. Não podemos viver sem elas, mas temos de aprender a viver com elas. Se puderem vejam o documentário da Netflix - O dilema das redes sociais.
As redes sociais trazem-nos o que e quem está longe.
Que papel terão tido as redes sociais nesta e noutras decisões?
Se não fossem as redes sociais dificilmente teria conhecido a Joji e os seus bonitos padrões de tricot, nem tão pouco e mais recentemente a sua colecção de malas e bolsas especialmente desenhadas para o tricot que já estão por todo o mundo. Não teria ficado apaixonada por esta mala neste exacto tom de azul, nem teria sentido uma pontinha de inveja por todas aquelas que ia vendo partilhadas pelo mundo.

Se na minha vida real sou muito consciente (para não dizer minimalista) do que preciso ou não - continuando no tema Linhas & Agulhas, raramente compro fios se não tiver um projecto em mente - na minha vida virtual não estava a acontecer o mesmo. Estive quase 6 meses sem fazer uma única publicação, mas não terei passado dois dias sem espreitar vidas (ou publicações vá) alheias. De pessoas que conheço pessoalmente, de pessoas que conheço virtualmente e de tantas outras pessoas e páginas que tiveram uma importância fugaz e passageira na minha vida e que em nada me estavam a acrescentar. Nos últimos dias fiz uma limpeza às aplicações instaladas no telefone, aos "amigos" no FB e aos "seguir" no IG. 
Outra decisão que pensei mais difícil de manter , foi o de desligar rede móvel e wifi à chegada a casa, e o telefone começou a ficar na entrada, e não colado a mim até à hora de ficar na mesa de cabeceira à espera de tocar na manhã seguinte, para me "actualizar" antes dos pés pôr no chão...

Não podemos viver sem elas, temos de aprender a viver com elas.



6 comentários:

  1. Gostei muito do teu post e identifico-me bastante com ele.
    Já vi o documentário e sei bem do que falas. Talvez por esta ser das matérias das minhas aulas, faço um uso quase absolutamente consciente das redes. Por exemplo raramente alguém sabe por onde ando porque a publicação de fotos é habitualmente desfazada no tempo...
    Em relação às agulhas & lãs sei bem do que falas mas não sou tão metódica quanto tu. 😄
    Gosto muito de te ler. Obrigada por teres voltado nem que seja por este bocadinho.

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    1. As Linhas & Agulhas... possivelmente sou demasiado consciente do pouco tempo livre que tenho, mas devo dizer-te que na minha "lista de espera mental" estarão mais de uma duzia de casacos e camisolas, e pelo menos (quase) todas as meias do livro ;)

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  2. Olá, Maria, fi-nal-men-te! :):):)
    Gostei muito do teu post, bem assertivo e pertinente. Em relação às redes sociais, não me perco, só sigo blogs (não tenho insta, nem face) e vejo vídeos no youtube. O meu tempo é demasiado apertado e precioso para perder com futilidades. Compras? Sou minimalista e racional, só compro quando preciso, sempre assim fui e em tudo. Além disso a minha preocupação com a ecologia leva-me a questionar sempre se preciso ou não de determinado bem. A bolsa é realmente linda, mas eu não comprava, porque mais cedo ou mais tarde ficaria farta e era mais um "mono" que teria de guardar. Da Joji ando a cobiçar as bolsinhas de guardar as agulhas, o facto de serem em pele, devem durar e devem ser agradáveis ao toque. Além disso, estou mesmo a precisar, só porque não me apetece fazer uma de tecido, eh!
    Beijinhos, volta sempre, gostamos muito de te ler!

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    1. Ohh que saudades Lete
      Digo-te só que se as bolsas das agulhas forem tão suaves quanto a mala, não as largas

      Que bom é voltar a ler-te
      Beijocas

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  3. Olá...bem vinda, eu pertenço á categoria de conhecer pessoalmente, primeiramente, um cafézito á hora de almoço, depois as figuras tristes feitas por mim no ginásio. Bom voltar a ler os teus post. Beijinhos
    Ass. Sandra Tavares

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  4. Maria João, bem-hajam as redes sociais! Foi assim k te conheci, e conheci o teu crescimento criativo.
    Sejamos conscientes, nem tudo é para publicar!
    Gostei de ler a tua crónica.

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